20 de dez. de 2009

I've been a clean living boy

Boas Festas! Que 2010 venha e seja um ano cheio de boas surpresas para todos nós.

Para fechar essa virada com chave de ouro, posto aqui um dos clipes de Natal da minha banda favorita, The Killers - Don't Shoot Me Santa.


14 de dez. de 2009

Atividade Paranormal

"O filme é forte!". Essa foi a primeira frase que ouvi ao chegar no cinema, ontem à noite. O filme em questão? Atividade Paranormal. Se você não esteve em Marte nas últimas semanas, com certeza ouviu falar sobre essa produção americana que custou "apenas" $11 mil dólares e já arrecadou, até agora, mais de R$100 milhões apenas por lá, se tornando o filme mais rentável de todos os tempos.

A história gira em torno de um casal que compra uma câmera de vídeo na esperança de capturar imagens dos acontecimentos paranormais que ocorrem na casa onde moram, principalmente durante as madrugadas. No melhor estilo A Bruxa de Blair, o que você vê na tela são os registros feitos com uma única câmera de mão, mas sem aquela quantidade de tremulações que deixava o telespectador tonto em A Bruxa de Blair. Em Atividade Paranormal, a câmera é manuseada de maneira mais equilibrada e, nas melhores cenas, está fixada em um tripé - como quando o casal está dormindo, por exemplo.

Luzes que acendem e apagam sozinhas, sons de passos pelo chão de madeira e portas fechando violentamente são alguns dos acontecimentos registrados pela câmera. E à medida que o casal vai desafiando essa "entidade" que os assombra, com frases como "
Isso é tudo o que você pode fazer?" ou "Vá embora dessa casa!", esses acontecimentos vão se intensificando e se tornando ainda mais perigosos.

Amor, o que é essa sombra na porta do nosso quarto?

Os efeitos especiais, apesar de simples, são muito bem elaborados e realistas, e a atuação da dupla de protagonistas é extremamente convincente. Em muitos momentos você fica tão imerso na história que esquece que as imagens não são reais.

Não é um filme tão incrivelmente assustador como muitas pessoas estão dizendo, ou como indicava aquele comentário que citei no início, mas deixa você bem tenso na maioria das cenas. Aliás, o ambiente de tensão que antecede os acontecimentos paranormais é o grande trunfo do filme.
Confesso que dormi um pouco mais alerta em relação àqueles sons que constumamos ouvir à noite, dentro das nossas casas.

Como ponto fraco eu citaria os segundos finais, uma última cena rápida porém desnecessária - mas nada que comprometa todo o resto.
Com certeza o DVD de Atividade Paranormal estará na minha prateleira.

Trailer:

8 de dez. de 2009

Longe dos holofotes, o roteirista.

A partir do momento em que os filmes se tornaram mercadorias (abstratas, mas rentáveis), por volta da primeira década do século XX, a indústria cinematográfica se estruturou em favor de um único objetivo: ganhar dinheiro.

Para ganhar dinheiro, os filmes devem possuir algumas características que atraiam as pessoas e façam com que elas escolham determinadas obras em detrimento de outras. Atores e diretores famosos são os atrativos principais - os que atraem nossa atenção mais facilmente. Com isso, uma peça essencial em qualquer bom filme sempre acaba ficando em segundo plano: o roteirista.

Jean-Claude Carrière, conceituado escritor e ator, diz:
"O roteirista trabalha encurralado por miríades de restrições técnicas e exigências comerciais. Incumbe-se de um projeto que deve necessariamente ser transformado até ficar irreconhecível. Negada a confortável introspecção do romancista, ele geralmente é obrigado a descrever seus personagens de fora para dentro. Sabe que seu trabalho está condenado ao desaparecimento: ele próprio é quase sempre desconhecido pelas platéias, mesmo de nome. Passa então, boa parte do tempo se perguntando: Como posso algum dia dar expressão à pessoa que eu sou? Como posso - como outros artistas mais conhecidos - fazer minha voz ser ouvida também?"

A necessidade da indústria cinematográfica lucrar com a exibição dos filmes faz com que muitos roteiros, se não a maioria deles, sofram várias alterações antes mesmo das filmagens começarem, para que as histórias possam se tornar produtos a serem consumidos pelas massas do mundo inteiro. E no meio dessa jornada pelo lucro, os roteiristas se tornam profissionais bem menos valorizados do que as Kristen Stewarts de Hollywood.

Escrever uma história ou um roteiro é uma tarefa exigente. Como o mesmo Jean-Claude Carrière resume bem, "significa pôr ordem na desordem". É reconstruir a realidade de uma outra forma, selecionando sons, ações, cores e palavras, ao mesmo tempo em que faz avaliações frequentes para não perder o caminho. Tal cena é clara o suficiente ou precisa ser reavaliada? As pessoas irão reconhecer esse cenário? Esta fala está muito complexa?

O roteiro é o momento preciso em que um filme toma forma, e o roteirista é a peça fundamental desse processo. Ele é a consciência de qualquer filme.

30 de nov. de 2009

Gimme Shelter

Essa semana assisti ao documentário Gimme Shelter, dos Rolling Stones, relançado há pouco tempo e já disponível nas locadoras de vídeo. Com uma bacia de pipoca do lado e o som no talo, viajei para o final da década de 60, mais precisamente no dia 6 de dezembro de 1969, quatro meses após Woodstock, através de um documentário que revela o que aconteceu no show mais mortal dos Stones (literalmente).

Nesse dia, os Rolling Stones chegaram a Altamont, na Carolina do Norte, para uma apresentação gratuita ao ar livre. Divulgado por todo o país, o evento provocou uma migração em massa para a cidade e obrigou a equipe a mudar o local do show - mais de 300 mil pessoas comparecerem - para um autódromo próximo a fazendas.


Os organizadores chamaram a famosa gangue de motoqueiros Hells Angels para fazer a segurança ao redor do palco. Armados com facas e tacos de sinuca, os motoqueiros agrediam qualquer pessoa que tentasse subir no palco.
O abuso excessivo de álcool e drogas, combinado com a enorme concentração de pessoas e a truculência dos Hells Angels, levaram diversos fãs para as barracas médicas antes mesmo da apresentação dos Stones começar. Durante a apresentação da banda Jefferson Airplane, que abriu o show, fãs estavam sendo carregados em maior quantidade do que os médicos de plantão podiam dar conta.

Quando os Rolling Stones finalmente subiram ao palco, a multidão ficou histérica, e os Hells Angels reagiram de maneira ainda mais selvagem. Mick Jagger teve que interromper o espetáculo diversas vezes, pedindo para que os fãs se comportassem. Durante a execução de Under My Thumb, um jovem negro, Meredith Hunter, levou uma facada de um dos motoqueiros em frente ao palco. Os Stones tinham noção de que alguma coisa havia acontecido, embora do palco fosse muito difícil dizer exatamente o quê. Foi apenas no dia seguinte, analisando as gravações em vídeo, que eles descobriram que quatro pessoas, incluindo Meredith, haviam morrido durante o show. As imagens também revelam que Meredith estava com um revolver em mãos, como o assassino Alan Passaro havia dito. Alan foi julgado anos depois e inocentado por legítima defesa.

Tudo isso é o que está registrado no documentário Gimme Shelter, de 1970 e relançado recentemente. Aquele 6 de dezembro de 1969 não foi só o dia em que a maior banda de rock do mundo fez seu show mais controverso, mas também o dia que marcou o fim da Geração do Amor.

Trailer:


25 de nov. de 2009

Mutum

"Sou o Thiago, irmão do Felipe". Essa é uma das inúmeras frases marcantes de Mutum (2007), primeiro longa metragem da cineasta Sandra Kogut. Baseado no romance Campo Geral, de Guimarães Rosa, o filme acompanha a infância de Thiago, um garoto que, junto da família, vive em uma fazenda isolada no meio do sertão brasileiro, onde o tempo parece estar estacionado há cinquenta anos.

O isolamento dessa família, composta por três gerações, não é apenas geográfico, mas também econômico. Sem uma infância digna, Thiago aprende desde cedo a enfrentar situações que só os adultos deveriam conhecer, como o trabalho árduo e a perda de entes queridos.


Mutum fala sobre a infância de uma maneira sutil e ao mesmo tempo complexa. O universo onde a história acontece, o mundo rural, não é um lugar familiar para a maioria de nós, mas ainda assim parece que conhecemos Thiago muito bem, a maneira como ele enxerga a infância e se relaciona com ela.

Sem músicas, o filme possui sua trilha sonora composta por sons da natureza. Foi uma das maneiras encontradas pela diretora para indicar que tudo o que vemos e ouvimos fazem parte do ponto de vista do protagonista.

No entanto, o que torna o longa ainda mais marcante é o fato das crianças que nele atuam serem realmente moradoras da região - até mesmo seus nomes reais foram mantidos. A diretora Sandra Kogut fez um trabalho fenomenal selecionando essas crianças e as locações, também reais. Tudo isso faz de Mutum um filme muito verdadeiro, quase documental.

Trailer:

20 de nov. de 2009

Cinema, arte mutante

No começo do século passado as pessoas escreviam da mesma maneira que escrevem hoje. Charles Dickens, Anne Rice, Tolkien, entre tantos outros, produziram tabalhos que ainda nos afetam sem qualquer necessidade de modificação. O mesmo ocorreu com a pintura, uma vez que as técnicas usadas hoje foram descobertas há anos.

Durante esse mesmo período, no entanto, a linguagem cinematográfica passou por uma grande mudança. Desde as novas técnicas de projeção e captação ao uso de imagens computadorizadas, a linguagem do cinema manteve um fluxo veloz de aperfeiçoamento e inovação que a diferencia de qualquer outra forma de arte. A velocidade dessas mudanças só não é maior que o tempo levado para elas serem absorvidas por nós, telespectadores. Aliás, nada mais parece nos surpreender, a ponto de não precisarmos de mais do que segundos para compreendermos as novas linguagens.


Assistindo ao trailer de Avatar, o novo longa de James Cameron, me pus a pensar como é evidente essa evolução das técnicas que compõem a linguagem cinematográfica. Os efeitos visuais são de tal maneira impressionantes que os personagens, mesmo computadorizados, possuem movimentos e características mais do que realistas - mais até do que em Matrix e O Senhor dos Anéis.

Eu imagino um cineasta que viveu por volta de 1910 viajando no tempo e assistindo a um filme como Avatar, nos dias de hoje. Primeiro, ele não entenderia nada. Segundo, ninguém seria capaz de convencê-lo que os dragões e as naves espaciais são de mentira. Sem contar o fato da montagem de hoje seguir um ritmo totalmente diferente daquela época. Em 1910 os filmes ainda eram apenas sequências de tomadas estáticas - como uma peça de teatro. Os acontecimentos eram mostrados em uma sequência sem interrupções, como deveria ser na vida real.

O mais legal de isso tudo é que ainda não atingimos o limite da evolução cinematográfica. As projeções em salas 3D IMAX, por exemplo, estão apenas no início da sua popularização. O futuro do cinema está apenas começando.

Trailer de Avatar:



Para quem se interessa por cinema, vale a pena uma leitura no livro A Linguagem Secreta do Cinema, de Jean-Claude Carrière (Editora Nova Fronteira).

17 de nov. de 2009

Paranoid Park

Os filmes de Gus Van Sant são conhecidos pelas narrativas pouco convencionais. A sensibilidade que o diretor possui em capturar os sentimentos das personagens de maneiras minimalistas fica evidente em filmes como Elefante (Elephant, 2003), no qual retrata o famoso massacre que ocorreu em uma escola de Columbine, nos Estados Unidos.

Em
Paranoid Park (2007), Gus nos conta a hisória de Alex (Gabe Nevins), um jovem e introvertido skatista que, junto de seu amigo Jared (Jake Miller), começa a frequentar um local conhecido como Paranoid Park. Após fazer novas amizades e participar de uma perigosa brincadeira, Alex acaba se tornando o principal suspeito da morte acidental de um segurança da ferrovia que corta o local.

Assim como nos seus outros filmes, o diretor retrata os sentimentos das personagens sem o uso de palavras. Para tanto, ele utiliza a trilha sonora, os planos de câmera, a fotografia e as cores - a predominância da cor cinza deixa bem claro a angústia de Alex.

Outro ponto crucial de Paranoid Park é sua montagem. Como em Elefante, Gus nos entrega um filme cujas cenas vão se complementando aos poucos, em um vai-e-vem temporal consciente - para quem já está viciado na velocidade imposta pelos filmes comerciais de Hollywood, essa característica do diretor pode não agradar.

Os atores, todos recrutados através do MySpace, são mais do que competentes e fazem de Paranoid Park um filme de tom impecável, cuja mão do diretor tansformou em um poema visual que retrata a angústia e a complexidade que certos acontecimentos podem trazer.

Trailer:

13 de nov. de 2009

Freud e os vampiros!

De um lado os vampiros que se recusam a beber sangue humano. Do outro, aqueles que não conseguem se controlar quando avistam um pescoço desavisado. Entre esses dois gêneros, uma pergunta: o que os torna tão diferentes?

Foi para satisfazer essa dúvida pessoal que recorri à Freud. Sim, Sigmund, o pai da psicanálise. Como todo publicitário que se preze, já li algumas teorias do estudioso, principalmente para poder entender o comportamento do consumidor, e uma delas parece responder de maneira satisfatória minha dúvida a cerca dos vampiros: as instâncias psíquicas da personalidade. Calma, não tem nada de muito complicado nisso, na verdade é bem simples.

De acordo com Freud, o ser humano possui três entidades psíquicas: o id, o ego e o superego.

O id, segundo ele, é a nossa fonte primitiva, aquela regida pela satisfação do prazer e que age por impulso. Faz com que o homem busque seu prazer e a gratificação imediata sem preocupação com as consequências e a realidade da vida - e o vampiro, antes de ser vampiro, também é ser humano. Fazem parte deste grupo, vampiros como Lestat (Tom Cruise, Entrevista com o Vampiro) e Drácula; assim como os recém transformados, os vampiros que geralmente não conseguem se controlar (talvez nesses o id esteja no centro do comando cerebral).

Mas como o homem é também um ser social (inclusive os vampiros), esses impulsos sofrem restrições da sociedade, fazendo com que outra instância psíquica entre em ação: o ego.

O ego leva em conta as morais da sociedade, servindo como um mediador do id. Se o desejo do vampiro por sangue, por exemplo, exige uma satisfação imediata e animalesca, caberá ao ego controlar esse desejo para uma forma de satisfação tolerada socialmente. Neste caso, o sangue de animais.
Se alimentando de animais, o vampiro estará saciando seus desejos colocando o princípio da moral no lugar do prazer. Louis (Brad Pitt, Entevista com o Vampiro), Edward (Robert Pattinson, Crepúsculo) e Stefan (Paul Wesley, The Vampire Diaries) são alguns dos vampiros regidos pelo ego.

Já o superego é semelhante a um ditador. É aquele que leva as exigências e proibições tão a sério que faz com que a pessoa se sinta culpada por todos os seus desejos, até mesmo aqueles tolerados socialmente. Se um vampiro se deixar levar pelo superego, irá morrer, pois não conseguirá nem mesmo se alimentar de uma pessoa já morta, devido ao sentimento de culpa por estar violando o cadáver. Acho que este é um tipo de vampiro ao qual ainda não fomos apresentados.

Viagem ou não, agora talvez fique mais fácil entender as diversas personalidades dos vampiros que estão invadindo o cinema, a TV e a literatura.

Cena de Entrevista com o Vampiro:

11 de nov. de 2009

E que vilã !

Há os vilões que nos causam repúdio e aqueles que acabamos amando - pelo menos na ficção, pois os filmes são lugares onde sabemos que eles não precisam realmente matar alguém.

Para mim, não existe nenhuma vilã tão atraente quanto Elle Drive, a Mamba Negra de Kill Bill. Eu fiquei abobalhado na cena em que Daryl Hannah abre seu caminho pelo hospital, assobiando uma calma melodia e vestida na roupa branca mais sexy que existe. O traje se encaixou tão bem nela que tinha até uma cruz vermelha no tampão do seu olho. Ótima canção, ótimo traje e ótima interpretação. Se Uma Thurman também não estivesse ótima no papel da Noiva, eu certamente estaria torcendo para Elle Drive.

Toda vez que vejo a cena em questão fico pensando sobre o fato de toda loja de fantasias possuir o traje de enfermeira, mas nunca vi nenhuma mulher combinar tão bem com ele quanto
Daryl Hannah - nada pessoal, mulheres.

9 de nov. de 2009

Procura-se uma atriz desesperadamente?

Madonna está no Brasil. Mas dessa vez ela não fará nenhum show. De acordo com a imprensa brasileira, a cantora veio ao país para discutir o financiamento de possíveis projetos sociais no Rio de Janeiro, semelhantes ao que ela já possui no Malawi. A presença da popstar por aqui me fez lembrar de sua carreira no cinema - para muitos, um fiasco.

É bem verdade que, como atriz, Madonna é uma ótima cantora pop. Mas não podemos deixar de reconhecer que em se tratando de cantoras pop no cinema, talvez nenhuma é tão flexível quanto ela. Suas aventuras pelo cinema já passaram pela trilha sonora, atuação, roteiro, produção e direção. Essa sua persistência, aliás, acabou gerando alguns bons momentos, como em Procura-se Susan Desesperadamente (1985), no qual atuou junto à atriz Rosanna Arquette, ou em Dick Tracy (1990), em que fez o papel da cantora Breathless Mahoney ao lado de Warren Beatty, Al Pacino e Dustin Hoffman (além de também cantar a música tema, "Sooner or Later", escrita por Stephen Sondheim e que levou o Oscar de Melhor Canção).

Outro divertido filme em que a cantora atuou é Uma Equipe Muito Especial (1992), com Tom Hanks e Geena Davis. Nele, Madonna interpretou uma jogadora de baseball em uma liga formada apenas por mulheres. E com este filme, mais uma vez, ela foi premiada com o Globo de Ouro de Melhor Canção pela música "This Used To be My Playgound".

Mas foi com o musical Evita (1996),de Alan Parker, que Madonna finalmente ganhou os críticos. Por ter incorporado muito bem a ex-primeira dama argentina Evita Perón, a cantora levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz e o MTV Movie Awards; além de interpretar a canção "You Must Love Me", de Tim Rice e Andrew Lloyd Webber , também vencedora do Oscar de Melhor Canção.

Madonna já contribui musicalmente para diversos outros filmes, com canções como "Beautiful Stranger", trilha de Austin Powers, e "Die Another Day", música de 007 Um Nov Dia Para Morrer. Também produziu os documentários Na Cama com Madonna (1991), onde apresenta imagens da sua turnê "Blondie Ambition", e I Am Because We Are (2008), no qual explora sua investida filantrópica na África.

Acho que considerar a carreira cinematográfica de Madonna um fracasso é ser um pouco radical. Mesmo não sendo a melhor atriz do planeta, e tendo protagonizado alguns fracassos de bilhetera e crítica, sua carreira no cinema possui, sim, alguns bons momentos. Na pior das hipóteses, ela nos proporciona animadas canções pop.

Beautiful Stranger:

4 de nov. de 2009

Zombieland

Terror e Comédia são provavelmente os gêneros de filmes mais objetivos; enquanto o primeiro deve fazer você se encolher na poltrona de medo, o segundo deve fazer você relaxar de tanto rir. Já quando alguém resolve colocar terror e comédia juntos, surge um dos sub-gêneros mais imprevisíveis - e essa é a razão por que filmes como Um Lobisomem Americano em Londres ganha milhares de fãs ao mesmo tempo em que passa despercebido por outras audiências.

E o que é mais apropriado para trabalhar terror e comédia juntos do que um filme cheio de zumbis? Essa é a proposta de Zombieland, que estréia no Brasil em dezembro. O filme, estrelado por Woody Harrelson, Jesse Eisenberg e a pequena miss-sunshine Abigail Breslin, é uma comédia ensanguentada onde os zumbis tomam o centro do palco.

A história gira em torno de dois sobreviventes em uma Terra pós-apocaliptica dominada por zumbis: o neurótico Columbus (Eisenberg) e o complexado matador de zumbis Tallahasse (Harrelson). Os dois se tornam parceiros de viagem enquanto dirigem por uma América devastada e infestada de mortos vivos. Columbos só quer ir para casa, enquanto Tallahasse apenas quer se divertir matando zumbis e tentando encontrar os últimos doces Twinkie. Ao longo da aventura, eles encontram as também sobreviventes Little Rock (Breslin) e Wichita (Emma Stone), duas irmãs a caminho de um parque de diversões que supostamente é um dos últimos lugares livre de zumbis.

Zombieland estreiou nos Estados Unidos no começo de outubro e já arrecadou até agora mais de $71 milhões (uma incrível marca para um filme do gênero), além de ter recebido excelentes críticas. O consenso geral é que apesar de ser um filme superficial, Zombieland é muito divertido. Talvez seja a resposta americana para Shaun of the Dead, ótimo filme inglês de comédia-terror onde os zumbis também são o centro da trama.

Trailer:

2 de nov. de 2009

This Is It... O espetáculo que nunca aconteceu

Confesso que eu estava relutante em assistir ao documentário This Is It nos cinemas. Não por duvidar da sua qualidade, longe disso! Mas por achar que talvez eu não conseguiria conter o famoso cisco no olho. E olha que eu não sou uma pessoa de chorar em filmes - acho que a única vez que chorei no cinema foi ao assistir O Rei Leão quando criança.

Mas com This Is It eu tinha certeza que iria acabar cedendo, afinal (e quem me conhece sabe disso) sou fã de Michael Jackson desde que me conheço por gente. Lembro de ter ficado hipnotizado, aos oito anos de idade, vendo pela tv aquele artista se mover como um desenho animado em cima do palco, em sua apresentação no Morumbi. "Quero ser amigo dele!" era meu desejo na época.

Minha admiração por suas músicas e vídeos só aumentou no decorrer dos anos, pois nunca me importei com o que a mídia dizia sobre ele. Além de nunca duvidar da sua inocência, eu sempre procurei me concentrar no artista. Me subia o sangue toda vez que o criticavam, principalmente pela aparência. Tudo bem, Michael exagerou em seu rosto e tinha alguns comportamentos excêntricos... mas nunca devemos julgar um livro pela capa. E era justamente isso o que faziam com ele.

O que me consola é ter a certeza de que Michael sabia que seus fãs sempre estiveram do seu lado. Os fãs de verdade, aqueles que enxergavam o artista além do que era publicado nas páginas de Contigos e UOLs da vida. Bom, mas isso é um desabafo para outra ocasião... Vamos voltar ao documentário:

This Is It foi concebido em torno de imagens captadas durante os ensaios da série de 50 shows que Michael faria em Londres - todos eles com ingressos esgotados. Logo no início do filme uma mensagem nos avisa: "este é um documentário feito para os fãs". O que se segue são cenas que não apresentam nada de muito novo aos fãs, pois mostram toda a genialidade, o talento indiscutível e a bondade de Michael Jackson... características que todos os fãs já conheciam.

O que This Is It proporciona de diferente, isso sim, é um olhar mais cru nos processos de concepção de um espetáculo de Michael Jackson. E Michael está presente em todos esses momentos - participa da seleção dos dançarinos, da marcação do palco, da escolha dos efeitos especiais, da criação das coreografias e, em alguns momentos, chega a usar a própria voz para mostrar aos músicos as notas que devem ser atingidas com os instrumentos musicais.

As cenas mostram também um artista extremamente educado, simples e preocupado com a mensagem a ser transmitida ao público; preocupado também com o futuro do planeta, da natureza e dos animais - características essas, aliás, que sempre estiveram presentes em suas obras.

Completamente musical, This Is It traz suas principais canções: Black and White, Beat it, Billie Jean, Earth Song, Man In The Mirror, Smooth Criminal, They Don't Care About Us, entre tantas outras. Isso faz com que tanto os fãs de sempre como os mais novos se epolguem e se emocionem com as cenas.

This Is It é um breve olhar naquele que seria o espetáculo mais grandioso que o planeta conheceria. Cheio de efeitos especiais inovadores, telões gigantescos e imagens em terceira dimensão, essa série de shows seria o retorno triunfal daquele que foi sem sombra de dúvidas o maior entertainer que o mundo já viu. Mas, acima de tudo, This Is It é uma última oportunidade para os fãs se despedirem do Rei do Pop.

Ah, e o cisco no olho é inevitável, assim como a salva de palmas ao final da sessão.

Abaixo, o trailer:

28 de out. de 2009

Aprenda com filmes - 15 dicas

Os filmes podem ser verdadeiras escolas da vida (ou não). Conheça 15 fatos que nós aprendemos com eles:

01. todos os telefones americanos possuem apenas três dígitos;

02. você consegue ver a Torre Eiffel de praticamente qualquer janela de Paris;

03.
quando for pagar a conta do taxi, não olhe para a carteira - apenas pegue a primeira nota que aparecer, será o valor exato da corrida;


04. as pessoas da Idade Média possuem dentes perfeitos;

05. um simples fósforo será o suficiente para iluminar um salão do tamanho do Morumbi;

06.
o sistema de ventilação de qualquer prédio é sempre o melhor lugar para se esconder ou escapar - você pode ir para qualquer lugar do prédio através dele;


07.
99% dos carros que se envolvem em um acidente pegam fogo;


08. o chefe de polícia provavelmente irá despedir seu melhor detetive, ou dar a ele 48 horas para provar que está certo;

09.
sua arma sempre terá munição reserva, mesmo que você não esteja carregando nenhuma;

10. é sempre possível estacionar bem em frente ao lugar que você está visitando;

11.
plantões noticiários sempre mostram notícias que te afetam de alguma maneira - e o volume aumenta sozinho bem nessa hora;


12. todas as bombas possuem contadores digitais com grandes números vermelhos para que você saiba exatamente o momento em que ela irá explodir;

13. não importa se você está sozinho em uma luta que envolva artes marciais, seus inimigos irão esperar pacientemente para te atacar um de cada vez enquanto os outros ficam dançando em volta aguardando a vez;

14. uma cerca elétrica gigante, poderosa o suficiente para segurar um dinossauro, não irá fazer nada em uma criança de oito anos;

15.
todo mundo conhece Ferris Bueller!

fonte: James S. Huggins'

23 de out. de 2009

Dica de documentário: Boy Interrupted

Boy Interrupted (HBO Films, 2008) é um documentário que levanta questões. Por que Evan Scott Perry, um garoto de 15 anos, decidiu cometer suicídio? Por que ninguém conseguiu ajudá-lo a tempo?

O filme procura encontrar as respostas ao mostrar a vida que Evan levava, através da edição de imagens reais captadas pela câmera da família, desde o nascimento até poucos dias antes de sua morte. É um documentário perturbador, produzido pelos próprios pais, cineastas, que nos mostra o jovem em momentos íntimos e em sua luta contra o transtorno bipolar depressivo.

Mas o que leva uma mãe a fazer um documentário sobre a morte do próprio filho? Não sei, mas Boy Interrupted se mostra um documentário único, cujo processo de filmagem parece causar um sentimento de desespero tanto para a família quanto para o telespectador.

Danna Perry juntou inúmeras filmagens, fotografias e depoimentos de pessoas próximas para contar a história do filho, Evan: sua depressão, sua vida e sua morte, e o impacto dela na vida das pessoas que o amavam.

As imagens caseiras nos proporcionam momentos de reflexão e revelações, além de angústia. É uma história essencialmente humana, mais comum do que gostaríamos, e provavelmente o pior pesadelo de uma mãe ou de um pai.

Boy Interrupted está em cartaz na HBO e HBO2. Clique aqui para conferir as próximas exibições.

21 de out. de 2009

Um grande filme sueco

Muitos bons filmes europeus acabam passando despercebidos no Brasil, principalmente pelo fato do público brasileiro ainda ser muito bitolado apenas com os filmes norte-americanos... Infelizmente, uma vez que milhões gastos em efeitos especiais e atores famosos não são garantia de uma boa história.

Porém, ainda existem algumas boas (mas poucas) locadoras de vídeos cujos acervos ainda prezam também pelo bom gosto e alguns canais de tv (esses bem poucos) que às vezes nos contemplam com uma seleção de filmes interessantes - é possível, e aconselhável, curtir os vários estilos de filmes.

Ontem à noite eu estava zapeando pela tv quando me deparei com Raízes do Mal (Ondskan, Suécia - 2003) começando no canal Maxprime. Resolvi assistir, afinal a sinopse oferecida prometia, dizendo que o filme havia sido indicado a diversos prêmios internacionais.

A trama básica gira em torno de Erik Ponti (Andreas Wilson), um adolescente que sofre agressões físicas do pai e, como consequência, se torna um jovem violento e solitário. Após ser expulso do colégio, devido a uma briga, Erik é mandado pela mãe para uma instituição de ensino tradicional, onde somente os filhos de pessoas ricas e influentes estudam. Antes de partir, porém, ele promete à mãe que irá terminar seus estudos sem se envolver em mais confusões.

Lá, ele cria uma grande amizade com seu colega de quarto, um rapaz totalmente diferente de Erik - principalmente no temperamento. Mas conforme os dias se passam, Erik começa a vivenciar diversas situações de humilhação e injustiças por parte dos alunos mais velhos (monitores) que controlam os mais novos e possuem um código próprio de regras que ultrapassam os limites da ética e do bom senso.

Esses alunos agem de maneira violenta com Erik e seus amigos sem serem reprimidos pelos dirigentes, devido à influencia de suas famílias. Assim, Erik se vê em uma situação difícil: cumprir a promessa feita à mãe ou lutar contra os maus tratos e injustiças.

Raízes do Mal, que nos EUA ganhou o título de Evil, é um filme que nos causa uma certa inquietação desde o começo. Inquietação que vai se transformando em revolta. Em certos momentos dá vontade de pular para dentro da tela e ajudar o protagonista a encher alguns personagens de porrada. Perturbador, o filme conta com uma série de elementos chocantes que nos fazem pensar mas que, ao mesmo tempo, não nos apresenta nada que já não saibamos.

É um retrado de situações que vemos por aí, no nosso dia-a-dia, onde jovens da alta sociedade incendeiam índios Galdinos e, no fim, são protegidos por uma lei falha que se baseia na influência financeira.

O roteirista, Jan Guillou, disse que Raízes do Mal é, basicamente, uma história verdadeira e que Erik Ponti é seu alter ego. Algumas coisas, obviamente, foram acrescentadas para melhorar a trama, mas a violência e o terros psicológico fizeram parte do seu passado real. Aliás, a escola que ele frequentou quando jovem realmente sofreu escandalos sobre violência entre alunos e acabou fechando as portas após um jornal local publicá-los.

Raízes do Mal foi dirigido por Mikael Hafstrom e nomiado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2003, mas o roteirista Guillou não pôde comparecer porque não conseguiu visto para entrar nos Estados Unidos.

Trailer com legendas em inglês:

20 de out. de 2009

Guia de 2010

2010 está chegando... E com ele toda uma nova seleção de prováveis blockbusters. Aliás, 2010 não soa como um ano real, não é mesmo? Dois mil e dez! Parece mais um daqueles anos que vemos nos filmes futuristas da década de 80. Será que estamos chegando no futuro? Mas dessa vez não precisamos da ajuda de nenhum cientista maluco e seu carro com capacitor de fluxo para chegar até lá. Só bastar ter paciência.

Mas como sou impaciente, principalmente quando o assunto é filme, abaixo segue uma pequena lista de grandes blockbusters que nos aguardam em 2010. Preste bastante atenção neles, Marty...

Legion - janeiro
Direção:
Scott Stewart
Elenco:
Paul Bettany, Dennis Quaid, Charles S. Dutton
Em um restaurante na beira da estrada, às vesperas do Apocalipse, um grupo de estranhos sem querer acaba se tornando a última esperança da Terra ao descobrirem que a garçonete está grávida do Messias.

The Wolfman - fevereiro
Direção:
Joe Johnston
Elenco:
Benicio Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt
Lawrence (Del Toro) retorna à sua terra natal, onde seu irmão está desaparecido e os moradores estão sendo mortos por uma criatura desconhecida. Isso faz com que ele reencontre o pai (Hopkins) e se aproxime da noiva do irmão. A pior preocupação de Lawrence, no entanto, é a descoberta de um lado animal seu que ele nunca poderia imaginar que existisse...

Shutter Island - fevereiro
Direção:
Martin Scorsese
Elenco:
Leonardo DiCaprio, Emily Mortimer, Mark Ruffalo
Quando um assassino psicótico (Mortimer) desaparece de uma instituição mental na Ilha Shutter, dois oficiais da polícia (DiCaprio e Ruffalo) corre contra o tempo para tentar localizá-lo.

Alice in Wonderland - março
Direção:
Tim Burton
Elenco:
Mia Wasikowska, Johnny Depp
A jovem Alice, agora com 19 anos, retorna ao mundo mágico onde esteve quando criança, reencontrando seus velhos amigos e descobrindo seu destino: acabar com o reino de terror da Rainha de Copas.

Clash of the Titans - março
Direção:
Louis Leterrier
Elenco:
Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes
Em uma adaptação da mitologia grega, Perseus (Worthington), nascido deus e criado como humano, parte em uma jornada épica para combater Hades (Fiennes), antes que este acabe com os poderes de Zeus (Neeson) e espalhe o inferno sobre a Terra.


Iron Man 2 - abril
Direção:
Jon Favreau
Elenco:
Robert Downey Jr., Mickey Rourke, Gwyneth Paltrow
Sinopse pouco conhecida - Seis meses depois do evento do primeiro filme, Tony Stark (Downey Jr.) luta contra os problemas de possuir duas identidades; ao mesmo tempo, ele deve se preparar para uma nova série de ameaças e vilões.


Acho que podemos parar em abril, afinal não quero parecer tão impaciente assim.

16 de out. de 2009

Para Tarantino, as mulheres comandam!

Que Quentin Tarantino cultiva um pequeno fetiche por pés femininos todo mundo já sabe - basta reparar nos closes que o diretor costuma dar nos pés das atrizes principais dos seus filmes. Mas além disso, e do estilo sanguinário que carrega, Tarantino também é famoso por nos apresentar mulheres fortes e decisivas. Segue abaixo uma pequena listas dos seus filmes que possuem as personagens mais marcantes:


Pulp Fiction (1994) - dialogos rápidos, referências da cultura pop e gangsters que não param de falar apenas para ouvirem eles mesmo falando. Mas é Mia Wallace (Uma Thurman) quem rouba a cena. Leve-a a um bar e você pode acabar vencendo um concurso de dança. Ofereça droga a ela e verá o que é voltar à vida com uma injeção de adrenalina direto no coração.

Jackie Brown (1997) - encare a realidade: Jackie Brown (Pam Grier) é uma mulher muito esperta. Ela enxerga através das situações. Você até pode tentar bancar o cara durão, senhor Ando-Com-Um-Revólver, mas acabará ferrado do mesmo jeito.

Kill Bill (2003/04) - experimente fazer algum mal à Beatrix Kiddo (Uma Thurman)... Quando a hora chegar ela terá sua vingança (com muito sangue). Principalmente se tiver sido treinada por um mestre ninja barbudo.

Bastardos Inglórios (2009) - apesar de toda aliança e planejamento, os homens estregam tudo. Isso mostra porque Shosanna (Mélanie Laurent) decidiu agir por conta própria. Ah, e o sotaque lastimável do Brad Pitt só ajuda a atrapalhar ainda mais as intenções dela.


Quentin Tarantino possui ainda em seu currículo os ótimos
Cães de Aluguel (roteiro e direção), Death Proof (roteiro e direção), Um Drink no Inferno (roteiro) e Sin City (direção). Apesar da aura cult-independente, seus filmes sempre atraem figurões como George Clooney, John Travolta, Bruce Willis e Samuel L. Jackson.