7 de out. de 2009

Tiros em Ruanda

Quando você vira a caixinha do DVD para ler a sinopse desse filme na locadora, logo imagina que deve ser mais um Hotel Ruanda. Mas Tiros em Ruanda (Shooting Dogs, 2005) vai além - ele possui um olhar singular sobre a guerra civil daquele país e sobre o papel da ONU perante as pessoas que mais precisam dela, além de nos apresentar personagens interessantes e contraditórios que não demoram a ganhar nossa simpatia.

Tiros em Ruanda é baseado na guerra civil entre as etnias rivais Hutu e Tutsi que assolou o país africano na década de 90. A guerra terminou em genocídio quando mais de 800.000 pessoas da etnia Tutsi foram assassinadas de maneira brutal pelos Hutu, que acreditavam que Deus estava do seu lado.


Como em Hotel Ruanda, há muita emoção neste filme que nos faz criar laços com alguns dos seus personagens. Tiros em Ruanda parece fazer com que você queira estar dentro do filme, mesmo já sabendo o que irá acontecer no final.


A história começa quando o avião do presidente de Ruanda, da etnia Hutu, é derrubado. Com isso, a população Tutsi entende que é o sinal para começar uma guerra que já era declarada. Os Hutus, em disvantagem, são perseguidos e assassinados. Alguns deles se refugiam em uma escola da ONU gerenciada pelo padre Christopher (John Hurt) e o professor ativista Joe Connor (Hugh Dancy) na capital Kigali. As esperanças deles desparecerem quando a ONU decide não intervir no conflito, abandonando os milhares de inocentes que procuraram asilo na escola e tirando de Ruanda apenas as pessoas brancas e a imprensa.


John Hurt faz um trabalho brilhante interpretando o padre Christopher - um homem que insiste em tentar encontrar uma razão divina no meio de todo o horror. O professor (Hugh Dancy) também é um personagem singular cujo emocial começa a desmorar quando percebe que não há solução para tudo aquilo.

O fime, dirigido por Michael Caton-Jones, é muito bom na minha opinião e nos mostra o que realmente aconteceu em Ruanda. Várias pessoas que perderam parentes no conflito ajudaram nas filmagens. Hoje, Ruanda tem feito um belo trabalho para evitar conflitos como esse e também para lembrar aqueles que perderam suas vidas de maneira tão horrível. Confira o trailer:

3 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

Este filme, além de denso, tem uma direção forte e precisa - eu fiquei meio chocado, em algumas situações e cenas, achei as atuações bem inspiradas também.

Breno, parabéns pelo blog, eu sempre acompanho, gosto do modo que escreve! Pena que meu Apimentário não te agradou, mas estou por aqui! abraço, colega! Como sabes, sou graduado em Publicidade também, e curso no momento Jornalismo. abraço

Paulo Alt disse...

breno, cara, esse é de verdade um filme que o título para o Brasil arruina a impressão que vc tem dele antes de assistir, pelo jeito. combina apenas se vc comprar ele para deixar do lado de Hotel Ruanda. mas gostei da sua visão sobre o longa, esse, apartir de agora, seria um que eu alugaria se passasse numa locadora.
abraço

Hugo disse...

Ótima dica. Assisti apenas o ótimo "Hotel Ruanda" com a temática extremamente similiar.
É bom ver o diretor Michael Caton Jones voltando a fazer um bom filme, como suas obras do início dos anos noventa, como "Memphis Belle - A Fortaleza Voadora" e "Rob Roy".

Abraço