
Eu noto que as montagens finais estão cada vez mais apressadas, prontas para fazerem a cena se mover de um ponto a outro sem se preocupar muito com a continuidade. É uma sucessão de quadros e de ação que parecem impacientes, fazendo com que a cena dê saltos para a frente ainda no mesmo cenário e com os mesmos personagens. É fácil perceber esse pula-pula do tempo em cenas que mostram uma perseguição de carros ou a evolução de uma batalha, por exemplo. Tudo acontece muito rápido.
A ação, através do uso de cortes hábeis, está se movendo mais hoje do que fazia no passado. Não é mais comum mostrar uma cena de forma contínua, do início ao fim. E se o filme o fizer corre o risco de ser considerado parado demais, ou até mesmo chato. As pessoas se adaptaram a essa velocidade das cenas - principalmente a geração que cresceu acostumada com as edições rápidas dos videoclipes e dos video games. Repare como os mais velhos se queixam dos filmes onde as cenas são rápidas demais. Para eles é muito mais difícil acompanhar a sequência.

Lidar com o tempo - seja para acelerá-lo, cortá-lo ou arrastá-lo - é algo que faz parte de uma linguagem cinematográfica em constante transformação. E ela se transforma à medida que as pessoas também transformam sua capacidade de absorvê-la e interpretá-la. Talvez para os seus netos Velozes e Furiosos 4 não pareça mais tão veloz assim, ou furioso.
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